Um dos maiores nomes do design brasileiro, Sergio Rodrigues morreu nesta segunda-feira, aos 86 anos, no Rio de Janeiro. O arquiteto e designer carioca foi o pioneiro a transformar o design brasileiro em industrial e torná-lo conhecido mundialmente.
Formado em 1951, pela faculdade de arquitetura da Universidade do Brasil – FNA, no Rio, iniciou seu trabalho na arquitetura no projeto do Centro Cívico de Curitiba. Rodrigues se destacou por sua obra focada em interiores, criando móveis com traços únicos, reconhecidos internacionalmente.
Teve o auge da sua carreira nos anos 50 e 60. Trabalhou com design de móveis que iam ao encontro do movimento do modernismo no país, trazendo a identidade brasileira para seus projetos tanto nos desenhos, quanto nos materiais tradicionais que utilizava – couro, palhinha e madeira. Desta forma, procurava exaltar a cultura nacional e a indígena.
Em 1956, criou duas cadeiras famosas até os dias de hoje: a CD-7 (ou Lucio Costa, assim apelidada em homenagem ao arquiteto, um de seus grandes parceiros de trabalho), com assento de palhinha, em madeira maciça torneada; e a PL-7 Jockey, rebatizada de Oscar porque foi Niemeyer quem fez as suas primeiras encomendas quando a viu à venda.
Mas foi no ano seguinte que criou sua peça mais conhecida: a poltrona Mole. Feita de madeira jacarandá e com estofamento em couro, ela venceu prêmios da área do design, como o Concurso Internacional do Móvel de Cantù, na Itália, em 1961, e está exposta no Museu de Arte Moderna de Nova York. É um sucesso de vendas até hoje e foi o pontapé para o início da fama internacional de Rodrigues.
Outra famosa criação é a poltrona Tonico (1963), feita para a empresa Meia-Pataca, com cintas ajustáveis e almofada para apoio do pescoço. Destaca-se também na sua carreira a poltrona Leve Kilin PL-104 (1973), premiada pelo Instituo de Arquitetura do Brasil em 1975.
